Regras para transportar baterias de lítio

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O transporte de baterias de lítio é uma operação de alta responsabilidade no setor logístico e aeronáutico. Presentes em smartphones, notebooks, ferramentas elétricas, equipamentos médicos e veículos, essas baterias oferecem grande eficiência energética, mas também riscos relevantes — como superaquecimento, incêndio e curto-circuito durante o transporte aéreo.

Para reduzir esses riscos, a IATA (International Air Transport Association) atualizou em 2025 suas normas de segurança no Dangerous Goods Regulations (DGR), documento que rege o transporte de mercadorias perigosas em voos comerciais e cargueiros.
Neste artigo, você vai entender as novas regras, classificações e procedimentos exigidos para o transporte aéreo de baterias de lítio.

Por que baterias de lítio são consideradas cargas perigosas?

As baterias de lítio armazenam grande quantidade de energia em um espaço reduzido. Quando danificadas, expostas ao calor ou embaladas incorretamente, podem gerar reações térmicas e inflamar-se.

Por esse motivo, a IATA classifica essas baterias como mercadorias perigosas (Dangerous Goods), sujeitas a regras específicas quanto à embalagem, rotulagem, documentação e estado de carga.
Elas se dividem em duas categorias principais:

  • Lítio-íon (recarregáveis) – usadas em celulares, notebooks, equipamentos médicos e veículos elétricos (UN 3480 / UN 3481).

  • Lítio-metal (não recarregáveis) – usadas em relógios, sensores, controles remotos e dispositivos de segurança (UN 3090 / UN 3091).

O que mudou nas regras da IATA em 2025

A nova edição da IATA DGR (66ª edição) trouxe atualizações importantes para baterias de lítio-íon e metal, além da inclusão de novas químicas emergentes, como as baterias de sódio-íon.

 1. Limite de estado de carga (State of Charge – SoC)

  • O SoC máximo permitido para baterias de lítio-íon soltas (UN 3480) continua em 30% da capacidade nominal.

  • A partir de janeiro de 2026, essa limitação passará a valer também para baterias embaladas com equipamento (UN 3481), ampliando a segurança em voos mistos.

  • Veículos movidos por baterias elétricas (UN 3556 e UN 3557) também seguirão novas faixas de SoC permitidas.

2. Inclusão de novas classificações

  • Foram introduzidos novos números ONU:

    • UN 3556 – Veículos com bateria de lítio-íon;

    • UN 3557 – Veículos com bateria de lítio-metal;

    • UN 3558 – Veículos com bateria de sódio-íon.
      Essas novas categorias garantem rastreabilidade e manuseio específico para cada tipo de energia armazenada.

3. Embalagens e marcações atualizadas

  • O símbolo “BATTERY MARK” passou por atualização e agora cobre tanto baterias de lítio quanto de sódio-íon.

  • As embalagens devem seguir especificações UN (UN Specification Packaging), com isolamento adequado, etiquetas de risco e proteção contra curto-circuito.

  • O uso de materiais inadequados ou etiquetas desatualizadas pode resultar em recusa do embarque.

4. Documentação obrigatória

Todo embarque que contenha baterias deve incluir:

  • MSDS (Material Safety Data Sheet);

  • Declaração de Carga Perigosa (Shipper’s Declaration for Dangerous Goods);

  • Número ONU e classificação correta;

  • Nome técnico completo do produto e tipo de bateria;

  • Instruções de emergência e contato do expedidor.

5. Taxas e inspeções reforçadas

A complexidade operacional e a necessidade de inspeções adicionais aumentaram os custos de manuseio cobrados por companhias aéreas e agentes de carga.

Essas taxas se destinam à verificação de documentação, inspeção de embalagens, treinamento de equipe e auditorias de conformidade.

Impactos para o mercado brasileiro

O reforço nas normas afeta diretamente setores que dependem da importação e exportação de produtos eletrônicos e de energia armazenada, como:

  • Tecnologia e eletrônicos de consumo;

  • Equipamentos industriais e de telecomunicações;

  • Mobilidade elétrica e automotiva;

  • Saúde e dispositivos médicos.

A adaptação a essas novas regras exige planejamento logístico, embalagens certificadas e treinamento especializado. Empresas que não seguirem os novos padrões podem enfrentar atrasos alfandegários, multas e até retenção de carga.


Aplicamos processos rigorosos para garantir segurança, rastreabilidade e total conformidade com a IATA.

Nossas práticas incluem:

  • Verificação documental completa antes do embarque;

  • Inspeção técnica e classificação de risco conforme o tipo de bateria;

  • Uso de embalagens e marcações homologadas pela ONU;

  • Treinamento e certificação da equipe em DGR e AVSEC;

  • Monitoramento operacional e gestão de risco contínua.

As novas regras da IATA para transporte de baterias de lítio refletem a crescente preocupação global com a segurança na aviação e a demanda por energia portátil.

Seguir essas normas não é apenas uma obrigação, é um compromisso com a integridade das operações aéreas e a proteção de pessoas e ativos.

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